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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Dirceu Batista foi agredido por Felipão no Verdão e não conseguiu revidar a ofensa

Felipão agrediu Dirceu Batista e
 não lhe deu chance de revide
O Dom Bosco jogava no Verdão contra o Caxias, de Caxias do Sul, pelo Campeonato Brasileiro de 1977. No time gaúcho, um zagueiro central  despontava entre os demais e, claro, chamava atenção da torcida, onde quer que o Caxias jogasse. Seu nome de guerra: Felipão.

Mas o destaque não ficava por conta de suas virtudes técnicas que pudessem lembrar nem de longe dois zagueiros centrais que marcaram época no futebol brasileiro na década de 60: Aírton, do Grêmio Porto-alegrense, e Mauro Ramos de Oliveira, do Santos, que jogavam com uma elegância que deixava os torcedores extasiados...

Ao contrário de Aírton e Mauro Ramos, Felipão era bruto que só uma porta. Privilegiado por um físico avantajado, o zagueirão caxiense batia pra valer nos adversários, com a complacência de juízes pusilânimes que muitas vezes fingiam que não viam suas pancadas nos rivais para não se meterem em encrencas com ele...

Depois de uma carreira relativamente longa no futebol, sem muito destaque fora de seus pagos, Felipão, cujo nome é Luiz Felipe Scolari, decidiu virar técnico de futebol. E foi graças a sua a filosofia de jogar bola batendo nos adversários, que o Brasil e conquistou a Copa do Mundo de 2002, disputada simultaneamente no Japão e na Coréia do Sul, ganhando da Alemanha por 2x0 na final.

Com a seleção brasileira ameaçada de não se classificar para a Copa do Mundo disputada no Oriente, com a recusa sistemática dos técnicos para assumir o comando da equipe, a CBF apelou para Felipão, que aceitou o desafio, mas impôs uma série de condições. Uma delas: que ninguém  metesse o bedelho na sua filosofia de trabalho.

Na realidade, Felipão repetia a filosofia do falecido jornalista esportivo João Saldanha, que em 1970 convocou e treinou uma seleção de machos. Suas instruções aos jogadores: se levassem uma pancada, retribuíssem com duas, três... quantas fossem necessárias para mostrar quem era o bom do pedaço.

Saldanha que deixou o comando da seleção por não concordar com interferência no seu trabalho, chegou a mandar um recado, através da imprensa, ao todo poderoso e temido presidente da República, Garrastazu Médici, que queria a convocação de Dadá Maravilha, do Internacional: “O senhor manda no Brasil, na seleção mando eu...”

Se a brutalidade de Felipão influenciou ou não no resultado, o fato é que o Caxias venceu o Dom Bosco por 1x0. No segundo tempo, o volante Dirceu Batista foi para a área do Caxias para tentar o gol na cobrança de um escanteio. E subiu, na disputa da bola aérea, com Felipão, em uma jogada normal. Mas o zagueiro gaúcho aproveitou o lance para dar um violento tapa no rosto de Dirceu Batista.

– Isso não vai ficar assim... – reagiu Dirceu Batista, encarando o adversário.           

– Não vai mesmo! Sua cara vai inchar pra caralho!... – retrucou Felipão

E inchou mesmo... – lembra recorda o ex-jogador do Dom Bosco

Dirceu Batista passou o resto do jogo tentando se vingar da humilhação, mas Felipão, muito esperto e desconfiado, não lhe deu a menor chance de revidar a agressão...