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sábado, 27 de janeiro de 2018

Diretor do Departamento de Árbitros chupou laranja do vestiário do Dom Bosco e ficou meio doidão

Mão-de-Onça nem via a bola entrar... (A Gazeta)
Verdão completamente lotado para o jogo entre Dom Bosco e Ceará pelo Campeonato Brasileiro da 1ª Divisão. O Sol muito quente fazia aumentar a temperatura no estádio com tanta gente junta. Enfim, um calor infernal.

Naquela fase de ouro do futebol de Mato Grosso, nas décadas de 70 e 80, a torcida achava esquisito alguns jogadores correrem os 90 minutos feito uns loucos debaixo de um Sol abrasador. Torcedores mais ladinos suspeitavam que debaixo daquele angu tinha caroço, mas...

E tinham razão. Sem ter a mínima noção dos riscos a que estavam se expondo, muitos jogadores tomavam por conta própria medicamentos que supostamente aumentavam suas energias. Muitas vezes no próprio vestiário, antes de entrar em campo.

Mas tinha também jogadores que não aceitavam de jeito nenhum serem dopados. Ou pelo menos pensavam...

O Dom Bosco, por exemplo, teve em seu Departamento Médico um profissional, o popular doutor Guto, já falecido, que não concordava com a prática muito usual dos times de dopar os jogadores para tirar o máximo proveito de suas energias em campo.

Ao invés de aplicar drogas nas laranjas geladinhas que eram consumidas em grande quantidade pelos jogadores no intervalo das partidas, ele determinava ao massagista que injetasse nelas caldo de cana, que em sua opinião tinha um resultado muito mais positivo...

Claro que o massagista cumpria rigorosamente sua ordem, mas como essa parte do seu trabalho era confidencial, junto com a deliciosa garapa ele socava os energéticos mais usados como doping e geralmente recomendados por treinadores ou diretores...

Naquele jogo aconteceram algumas coisas estranhas, lembra até hoje o diretor dombosquino Álvaro Scolfaro. Uma delas: o eficiente lateral direito Tuca não conseguia correr atrás do ponteiro esquerdo Tiquinho, que marcou, no primeiro tempo, todos os gols da vitória do Ceará sobre o Dom Bosco por 5x0.

Outra: o goleirão Mão-de-Onça parece que nem via bola estufar as suas redes, para desespero de seus companheiros e do treinador Orlando Peçanha, clássico zagueiro que fez sucesso no Vasco da Gama e na Seleção Brasileira.

Intervalo do jogo no Verdão. O diretor do Departamento de Árbitros da FMF, Joaquim Ramalho dos Santos entrou no vestiário do Dom Bosco, cumprimentou a todos e se dirigiu ao bebedouro do vestiário para tomar água. Mas a água estava quente e suja...

Ramalho virou-se e viu uma caixa de isopor cheia de laranjas, descascadinhas e geladinhas. Passou a mão em uma e mesmo advertido que as laranjas eram exclusivamente para os jogadores, chupou a que pegou e até fez um comentário: “Que laranja deliciosa, está com gosto de caldo de cana!...”

Fim de intervalo, os times voltaram para o campo e Ramalho também para o seu lugar. Decorridos uns 20 minutos do 2º tempo e o diretor do Departamento de Árbitros mostrava-se agitado e indócil.

A certa altura do jogo, quando o árbitro marcou uma falta contra o Dom Bosco e com a qual ele não concordou, Ramalho gritou a todo pulmão: “Juiz ladrão, toma vergonha na cara...!”

Rapidamente, foi levado para o vestiário, onde ficou até se acalmar. E ao que se sabe, nunca mais Ramalho chupou laranjas de vestiário de jogadores de futebol...    
(Republicado por falhas no registro de acessos). 

    

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Por causa de um bife, Dirceu Batista comprometeu uma carreira muito promissora no futebol


Dirceu  Batista com
o irmão Edmilson,
 também jogador, mas amador
1970: o jovem Dirceu Batista, que os mato-grossenses conhecem muito bem pelas suas brilhantes passagens pelo Dom Bosco e o Clube Esportivo Operário Várzea-grandense havia sido aprovado nos rigorosos testes e passaria a integrar a base do Clube Atlético Mineiro.

A euforia de Dirceu Batista era plenamente justificada: a base daquele ano do “Galo Carijó” tinha alguns jovens que já começavam a se destacar no clube e acabaram se tornando craques consagrados, como Toninho Cerezo, Paulo Isidoro, Reinaldo, Campos...

Desse quarteto de ouro atleticano, certamente os atleticanos da velha guarda não se esquecem de Reinaldo e Toninho Cerezo, ambos convocados pela Seleção Brasileira que disputou o Campeonato Mundial de 1978 na Argentina.

Sem conseguir administrar o sucesso com a bola, Reinaldo acabou se enveredando pelos caminhos das drogas. Ele disputou 37 jogos pela Seleção Brasileira, marcando 14 gols.

Mas Reinaldo acabou se redimindo, dando a volta por cima,,elegendo-se deputado estadual de Minas Gerais e depois vereador de Belo Horizonte. Entretanto, de seu futebol requintado, restou a saudade de sua meteórica carreira de jogador de bola...

Uma certa tarde daquele distante 1970, depois de um coletivo do Atlético, os jogadores foram jantar no restaurante da “república” do “Galo” Alguns jogadores da bajulada base do clube também.

Depois que os jogadores do time principal jantaram, o técnico atleticano Barbatana juntou-se ao grupo da base, chamou a cozinheira do restaurante e lhe disse: “Se sobrar um bife, dê para esse menino!. Ele é dos nossos...” – disse Barbatana, apontando para Dirceu Batista 

-- Nós nunca ouvimos isso do nosso pai lá em casa...” – disse consigo mesmo Dirceu Batista, que se levantou e foi embora para nunca mais voltar ao reduto atleticano...

domingo, 7 de janeiro de 2018

Djalma quase apanhou dos colegas do Dom Bosco por comemorar gol que não havia marcado...


Djalma quase apanhou... (Foto Otmar de Oliveira)
Depois de uma cansativa viagem que durou mais de 20 horas em um velho ônibus da Transporte Interestadual Baleia (TIB), a delegação do  Clube Esportivo Dom Bosco chegou a Campo Grande, no sábado à noite, para jogar no domingo pela manhã com o Operário, pelo Campeonato Mato-grossense de Futebol  de 1968 ou 69. Por aí...

Mais do que uma louca aventura, a viagem foi “um horror” -- recorda o dirigente dombosquino  Álvaro Scolfaro. Além do ônibus velho e sem qualquer conforto, a precariedade das estradas que ligavam Cuiabá e Campo Grande obrigava os jogadores a descer várias vezes para, no puro muque, arrancar o veículo de sucessivos atoleiros.

Chovia adoidado em Campo Grande. A partida estava marcada para as 10 horas e mesmo sem menor perspectiva do tempo melhorar, Operário e Dom Bosco decidiram realizar o jogo. Até porque já haviam sido vendidos antecipadamente muitos ingressos e devolver o dinheiro dos torcedores significava mais prejuízos para os dois clubes.

Com a escuridão que imperava no Estádio Belmar Fidalgo, em virtude do temporal, acompanhado de raios e ensurdecedores trovões, só restava aos jogadores chutar a bola de qualquer jeito. Para agravar a situação, o velho estádio, construído em 1933, não possuía iluminação.

O primeiro tempo terminou com o placar em branco. Mas no início do segundo tempo, o Operário conseguiu marcar um gol para alegria da torcida que estava se divertindo, e muito, com o futebol aquático que os dois times estavam apresentando, com alguns tombos acrobáticos dos jogadores, levando o público ao delírio.

Quando tudo indicava que o placar não seria alterado, aos 40 minutos foi lançada uma bola na área do Operário. O centro avante dombosquino Djalma dominou a bola, encobriu o arqueiro operariano e, com o gol vazio, virou-se para comemorar o empate com os companheiros...

Na sua euforia, Djalma estranhou que os companheiros, como ele, levantavam os braços, mas de maneira bem desesperada. Só aí Djalma percebeu que os companheiros estavam chamando sua atenção, porque a bola tinha ficado  presa em uma poça d’água, sem ultrapassar a linha sob o travessão, permitindo ao goleiro voltar e pegá-la...

Por ter comemorado um gol que não marcou, Djalma andou perto de levar uns cascudos dos companheiros lá dentro do campo mesmo!...