Rebaixado para a 2ª Divisão
em 2011, ao perder para o Sorriso, que, aliás, teve curta passagem pelo futebol
profissional de Mato Grosso, apesar do município que representava ser uma
potência econômica, como o maior produtor de soja do Brasil – posição que
ostenta até hoje – o Operário Futebol Clube Ltda., decidiu que voltaria para a
1ª Divisão no ano seguinte para recuperar seu prestígio perante sua pequena e
então desmotivada torcida.
A decisão estava tomada e
era definitiva. Mas na hora do vamos, de por em prática o projeto do
tricolor voltar ao no topo do futebol mato-grossense, ninguém da sua diminuta diretoria
queria pegar o boi pelos chifres. Principalmente porque a situação financeira
do OFC Ltda. não era lá muito animadora.
Decidiu-se então que o clube
buscaria a solução fora de Várzea Grande, cuja população nunca viu com bons
olhos a dissidência que resultou no surgimento do novo clube da cidade para
salvar o velho CEOV. Ou até mesmo fora de Mato Grosso, pois a ascensão do tricolor
à principal divisão do futebol do Estado era uma questão de honra...
A escolha do “salvador” do
OFC Ltda. recaiu sobre uma pessoa completamente desconhecida dos várzea-grandenses: César
Augusto Scheidtes Farias, que logo se tornou conhecido pelo apelido que trouxe
de suas paragens do interior paulista – César Gaúcho. Eleito presidente em um
pleito repleto de suspeições, Cesar Gaúcho começou a trabalhar para fazer o
Operário FC Ltda. campeão.
O dinheiro para as
contratações, inclusive as mais caras, como foram os casos de Narciso, do
Santos FC, e do uruguaio Acosta, goleador implacável, jorrava fácil. Soube-se
mais tarde que César Gaúcho tinha assumido o clube várzea-grandense com um
único objetivo: lavar dinheiro suspeito de um amigo do interior paulista. Daí a dinheirama...
Entre uma atrapalhada e
outra, César Gaúcho deu o cano em muita gente em Várzea Grande. Como aconteceu
com o uruguaio Acosta. Na assinatura de um contrato de três meses, o jogador
exigiu e recebeu R$ 40 mil de luvas, ficando combinado que no final do certame
o clube lhe pagaria mais R$ 30 mil.
No acerto de contas no fim do
campeonato, com o OFC Ltda. de volta à 1ª Divisão, César Gaúcho deu a Acosta um
cheque de R$ 20 mil pouco antes do presidente entrar em um avião para uma
viagem sem retorno para algum lugar desse gigantesco Brasil... E ao que se
sabe, até 2013, quando o documento bancário perdeu a validade,
o jogador não havia conseguido descontar o “voador” por falta de fundos...
Acosta foi embora de Mato
Grosso amaldiçoando tudo quanto era diretor de clubes de futebol profissional
do estado, como se dirigentes do Mixto, Dom Bosco, União, Sinop, Luverdense,
Cuiabá, Cacerense e outros mais tivessem culpa dos calotes que César Gaúcho deu
em tanta gente na sua passagem por Mato Grosso...