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segunda-feira, 30 de abril de 2018

Jogador uruguaio amaldiçoou diretores de clubes por causa de calote do Operário Ltda.


Rebaixado para a 2ª Divisão em 2011, ao perder para o Sorriso, que, aliás, teve curta passagem pelo futebol profissional de Mato Grosso, apesar do município que representava ser uma potência econômica, como o maior produtor de soja do Brasil – posição que ostenta até hoje – o Operário Futebol Clube Ltda., decidiu que voltaria para a 1ª Divisão no ano seguinte para recuperar seu prestígio perante sua pequena e então desmotivada torcida.

A decisão estava tomada e era definitiva. Mas na hora do vamos, de por em prática o projeto do tricolor voltar ao no topo do futebol mato-grossense, ninguém da sua diminuta diretoria queria pegar o boi pelos chifres. Principalmente porque a situação financeira do OFC Ltda. não era lá muito animadora.

Decidiu-se então que o clube buscaria a solução fora de Várzea Grande, cuja população nunca viu com bons olhos a dissidência que resultou no surgimento do novo clube da cidade para salvar o velho CEOV. Ou até mesmo fora de Mato Grosso, pois a ascensão do tricolor à principal divisão do futebol do Estado era uma questão de honra...

A escolha do “salvador” do OFC Ltda. recaiu sobre uma pessoa completamente desconhecida dos várzea-grandenses: César Augusto Scheidtes Farias, que logo se tornou conhecido pelo apelido que trouxe de suas paragens do interior paulista – César Gaúcho. Eleito presidente em um pleito repleto de suspeições, Cesar Gaúcho começou a trabalhar para fazer o Operário FC Ltda. campeão.

O dinheiro para as contratações, inclusive as mais caras, como foram os casos de Narciso, do Santos FC, e do uruguaio Acosta, goleador implacável, jorrava fácil. Soube-se mais tarde que César Gaúcho tinha assumido o clube várzea-grandense com um único objetivo: lavar dinheiro suspeito de um amigo do interior paulista. Daí a dinheirama...

Entre uma atrapalhada e outra, César Gaúcho deu o cano em muita gente em Várzea Grande. Como aconteceu com o uruguaio Acosta. Na assinatura de um contrato de três meses, o jogador exigiu e recebeu R$ 40 mil de luvas, ficando combinado que no final do certame o clube lhe pagaria mais R$ 30 mil.

No acerto de contas no fim do campeonato, com o OFC Ltda. de volta à 1ª Divisão, César Gaúcho deu a Acosta um cheque de R$ 20 mil pouco antes do presidente entrar em um avião para uma viagem sem retorno para algum lugar desse gigantesco Brasil... E ao que se sabe, até 2013, quando o documento bancário perdeu a validade, o jogador não havia conseguido descontar o “voador” por falta de fundos...

Acosta foi embora de Mato Grosso amaldiçoando tudo quanto era diretor de clubes de futebol profissional do estado, como se dirigentes do Mixto, Dom Bosco, União, Sinop, Luverdense, Cuiabá, Cacerense e outros mais tivessem culpa dos calotes que César Gaúcho deu em tanta gente na sua passagem por Mato Grosso...    

sábado, 21 de abril de 2018

Trama no vestiário no intervalo do jogo levou o CEOV a golear o Luverdense



Operário e Luverdense disputavam um jogo muito tenso no Verdão, pelo Campeonato Mato-grossense de Futebol de 2005. Tenso e violento, com as duas equipes distribuindo pancadas de tudo quanto era jeito. A violência chegou a tal ponto que o tricolor de Várzea Grande trocou de campo no intervalo com seus três zagueiros – Marcelo do Ó, Peta e Baiano – pendurados com dois cartões amarelos cada um.

No ritmo em que o jogo transcorria tudo indicava que um deles ser expulso de campo era questão de tempo. Até porque o juiz Edílson Ramos da Mata, que não tinha medo de cara feia, muito menos de pressão dos boleiros, não estava para brincadeira. Muito pelo contrário...

Os tricolores fizeram um pacto no vestiário: o primeiro dos três que fosse expulso armaria uma confusão daquelas para provocar a exclusão da partida de um jogador do Luverdense. Afinal, a vitória para o Operário era muito importante e por isso o time não podia correr o risco de ficar com um jogador a menos em campo.

Não deu outra: no 2º tempo, não demorou muito, e Baiano baixou o sarrafo sem dó nem piedade em Felipe Pinto e foi expulso na hora por Edílson da Mata. Conforme havia sido planejado no intervalo, o próprio Baiano armou o circo: passando o braço direito pelas costas do adversário, o operariano cravou as unhas no canto do olho direito de Felipe Pinto e puxou com toda força, rasgando um pedaço da sua pele...

Quando sentiu a dor, Felipe Pinto, que já havia se levantado do chão, não teve dúvidas: bem na frente do juiz, desferiu um soco na cara de Baiano. O jogador Godói, do Luverdense, tomou as dores do companheiro que estava com olho sangrando, e também partiu furiosamente para cima de Baiano. E o tempo fechou pra valer...

Depois de alguns minutos de grande confusão, com xingamentos, palavrões, murros, pontapés e tudo mais, o árbitro Ramos da Mata expulsou Baiano, do Operário, e Godói e Felipe Pinto, do Luverdense. Serenados os ânimos, o juiz reiniciou o jogo e conseguiu levá-lo até o fim...

Com um jogador a mais em campo, o tricolor várzea-grandense não teve dificuldades para vencer o time de Lucas do Rio Verde pela contagem de 5x1, gols de Grilo, Rinaldo (2), Peta e Kiko. Claro que a vitória conquistada com uma trama bem urdida no intervalo da partida foi muito comemorada no vestiário pelos jogadores e diretores do tricolor...          

terça-feira, 10 de abril de 2018

Maquiavelismo na semifinal ajudou o CEOV a ser campeão estadual em 2006


Depois de “rodar” em grande estilo por diversos clubes brasileiros e fazer sucesso também na Turquia e na China, países onde ganhou muito dinheiro, veio parar no futebol mato-grossense em 2006, mais precisamente no União, de Rondonópolis, um talentoso meia armador carioca, cujo nome não vem ao caso para não comprometer alguns personagens dessa história, muitos dos quais ainda estão vivinhos da silva...

O jogador chegou a Rondonópolis com o prestígio em alta, inclusive dirigindo um reluzente Classe A, lançamento da Mercedes Benz do Brasil. Com um carrão daqueles, venerado pela torcida, que via nele o grande artífice das vitórias do clube, com seus lançamentos precisos para os atacantes balançarem as redes dos adversários e longe da família, que ficara em Campos-RJ, o boleiro não demorou para engatar um romance com uma rondonopolitana...

Mas por ironia do destino e também pela convivência que o futebol proporciona, a amada do meia armador acabou conhecendo um alto dirigente do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense e, meio vida torta como era ela, a mulher decidiu mudar de parceiro na aventura amorosa, trocando um pelo outro. O virtuoso jogador de bola ainda tentou reverter a situação, mas acabou perdendo mesmo a parada para o dirigente operariano...

Sob a orientação do armador carioca dentro do campo, o União estava botando pra quebrar no Campeonato Mato-grossense de Futebol daquele ano. Para orgulho da torcida colorada, o União já era apontado como um dos favoritos para conquistar o título da temporada, pois vinha realizando uma campanha das mais brilhantes, fruto, naturalmente, da atuação de seu genial jogador.

A semifinal do certame foi disputada justamente entre União e CEOV, no Estádio Luthero Lopes, em Rondonópolis, em um único jogo. A grande preocupação do tricolor várzea-grandense era o meia armador colorado, que fazia mesmo a diferença dentro de campo...

Mas aí uma mente maquiavélica operariana descobriu uma fórmula para impedir que o astro do União complicasse a vida do tricolor, com seus precisos passes para os atacantes. A fórmula operariana: desestabilizar emocionalmente o jogador do poderoso time adversário...

Antes de o Operário entrar em campo, chamaram o zagueiro Rafael e lhe deram uma missão especial: sem se preocupar em jogar futebol, ele devia passar o tempo todo provocando o armador do União, lembrando que sua amada – o boleiro não tinha desistido de reconquistá-la – tinha virado amante de um diretor operariano, inclusive entrando em detalhes sobre intimidades do casal na hora do vamos ver...

O maquiavelismo deu certo, para desespero dos rondonopolitanos: o armador do União parecia mais uma figura decorativa dentro do campo, completamente desnorteado. E à medida que ele ia se irritando com ofensas, gozações e ironias de Rafael, mais o jogador colorado errava os passes, comprometendo a atuação de todo o time. O desempenho do armador foi tão pífio, em função do seu desequilíbrio emocional, que ele pediu ao seu treinador para não voltar para o 2º tempo do jogo...

Com o gênio do União aniquilado no 1º tempo e fora de combate na etapa complementar, o CEOV conseguiu sair do Estádio Luthero Lopes com um suado empate pela contagem de 2x2. O placar garantiu ao tricolor várzea-grandense a decisão do título de 2006 contra o Barra do Garças FC, conquistado com duas vitórias: por 2x1 lá no Zeca Costa e por 2x0 no Verdão...