Dirceu Batista (Arquivo Pulula) |
O Clube Esportivo Operário
Várzea-grandense enfrentava o Palmeiras, no antigo Estádio Palestra Itália,
pelo Campeonato Brasileiro de 1982. Integrado por jogadores do nível técnico de
Luiz Pereira, Aragonês, João Marcos e tantos outros craques consagrados, o
alviverde impunha seu ritmo de jogo como bem entendia.
Nem bem a bola rolou no
campo, um torcedor postado atrás da área onde ficava o banco de reservas do
clube várzea-grandense, começou a gritar: “Põe o 13...”, “Põe o 13...”
O 13 a quem o torcedor se
referia era o número da camisa do “coringa” Dirceu Batista, que fazia de tudo
para não dar ouvidos às provocações, porém não tinha jeito: o cara não parava
de gritar.
E o Palmeiras só balançando as redes do tricolor: em mais ou menos 17 minutos de jogo, o time mato-grossense já havia
levado três gols, o que foi deixando o torcedor cada vez mais irritado. E
furioso.
A certa altura do jogo,
Dirceu Batista decidiu encarar o torcedor que estava pegando tanto no seu pé,
sem um motivo aparente. Dirceu Batista foi virando a cabeça bem devagar, de
forma quase imperceptível, e quando o olhar dos dois se cruzaram, o torcedor
explodiu:
“Você deve ser ruim de bola
pra caralho para ser reserva de um time tão ruim como esse aí...”
E toma impropérios e xingamentos
contra Dirceu Batista. Certamente, o desbocado era torcedor de outro clube e
havia comparecido ao Palestra Itália na esperança de ver uma derrota do
Palmeiras...
Dirceu Batista não abriu a
boca. Levantou-se e caminhou debaixo de um temporal daqueles de tirar pica-pau
do oco do pau para o vestiário, de onde nem voltou para o banco de
reservas, porque em seguida, o juiz encerrou o jogo por causa da violenta chuva
que desabava sobre o estádio. Mas o Operário ainda fez seu golzinho de honra...