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quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

No jogo do Operário com o Palmeiras em São Paulo, torcedor explodiu contra Dirceu Batista

Dirceu Batista (Arquivo Pulula)
O Clube Esportivo Operário Várzea-grandense enfrentava o Palmeiras, no antigo Estádio Palestra Itália, pelo Campeonato Brasileiro de 1982. Integrado por jogadores do nível técnico de Luiz Pereira, Aragonês, João Marcos e tantos outros craques consagrados, o alviverde impunha seu ritmo de jogo como bem entendia.

Nem bem a bola rolou no campo, um torcedor postado atrás da área onde ficava o banco de reservas do clube várzea-grandense, começou a gritar: “Põe o 13...”, “Põe o 13...”

O 13 a quem o torcedor se referia era o número da camisa do “coringa” Dirceu Batista, que fazia de tudo para não dar ouvidos às provocações, porém não tinha jeito: o cara não parava de gritar.

E o Palmeiras só balançando as redes do tricolor: em mais ou menos 17 minutos de jogo, o time mato-grossense já havia levado três gols, o que foi deixando o torcedor cada vez mais irritado. E furioso.

A certa altura do jogo, Dirceu Batista decidiu encarar o torcedor que estava pegando tanto no seu pé, sem um motivo aparente. Dirceu Batista foi virando a cabeça bem devagar, de forma quase imperceptível, e quando o olhar dos dois se cruzaram, o torcedor explodiu:

“Você deve ser ruim de bola pra caralho para ser reserva de um time tão ruim como esse aí...”

E toma impropérios e xingamentos contra Dirceu Batista. Certamente, o desbocado era torcedor de outro clube e havia comparecido ao Palestra Itália na esperança de ver uma derrota do Palmeiras...   

Dirceu Batista não abriu a boca. Levantou-se e caminhou debaixo de um temporal daqueles de tirar pica-pau do oco do pau para o vestiário, de onde nem voltou para o banco de reservas, porque em seguida, o juiz encerrou o jogo por causa da violenta chuva que desabava sobre o estádio. Mas o Operário ainda fez seu golzinho de honra...  

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Suplemento vitamínico do Dom Bosco fazia todo o time ejacular em pleno jogo...

Leal, ex-técnico do Dom Bosco (Arq. 3º Tempo)
Há muitos anos passou pelo Dom Bosco o treinador João Leal Neto, ou simplesmente o Leal, que havia tido uma passagem brilhante pelo São Paulo FC, como médio volante, e decidiu se aventurar pela profissão de técnico de futebol depois que encerrou a carreira de boleiro.

Depois de comandar o azulão em alguns jogos sob o calorão de Cuiabá, Leal chegou a conclusão que estava faltando um suplemento vitamínico para os jogadores melhorarem a performance dentro de campo e o time deslanchar, o que estava demorando acontecer...

Foi aí que Leal lembrou-se que quando jogava, era comum a boleirada receber uma vitamina injetável chamada “Doca”. Discutida a questão com alguns diretores, coube ao “faz tudo” no Dom Bosco Álvaro Scolfaro sair atrás do milagroso suplemento vitamínico para resolver o problema da falta de vitórias do clube.

Encontrada a tal “Doca”, foi comprado um estoque razoável do produto. Diante da curiosidade do farmacêutico pela compra feita pelo Dom Bosco, Scolfaro explicou-lhe a finalidade das injeções, e ele, sorridente, esclareceu que aquele produto era para uso exclusivo em relações sexuais...

Apesar da advertência do farmacêutico, como a utilização da ”Doca” era comum nos grandes centros esportivos do Brasil, o Dom Bosco foi em frente e aplicou a droga injetável na boleirada.no dia do primeiro jogo, em um domingo. Não aconteceu nada, embora os jogadores tenham corrido um pouco mais, pois cientes da aplicação do suplemento vitamínico, muita gente deu uma “maneirada” no sábado à noite...

No domingo seguinte, foi feita nova aplicação da “Doca” e nada do time deslanchar, como esperava o treinador Leal, com base nas experiências que havia tido como jogador, inclusive no São Paulo FC, clube que defendeu durante muitos anos...

Veio o terceiro domingo e com ele a reação dos boleiros que pediram a Scolfaro que o clube não aplicasse mais neles antes do jogo a tal de “Doca”...

-- Mas por que? – quis saber Scolfaro.

A resposta veio em coro: quando eles entravam em campo e começavam a correr, sentiam que estavam ejaculando...


A aplicação da “Doca” foi suspensa imediatamente...   

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Mixtenses foram para a rodoviária a pé para não apanhar da torcida do União

Mixto, grande paixão de dona Pepe. (Arquivo Mixto)
Caminhando apressadamente, na realidade, quase correndo... – foi assim que um pequeno grupo de torcedores do Mixto Esporte Clube, conseguiu cobrir com rapidez a distância que separava o Estádio Luthero Lopes da antiga Estação Rodoviária de Rondonópolis para fugir da fúria da torcida do União que queria se vingar da derrota que o alvinegro cuiabano havia infligido ao clube rondonopolitano em seus próprios domínios, pelo Campeonato Mato-grossense de 1975.

-- Ainda bem que o estádio ficava próximo da rodoviária, senão a gente estava lascado... – recorda Nelson Tomás, naquela época um menino e que depois virou o Nelsinho’s, cabeleireiro dos mixtenses e em atividade até hoje – ele teve que se submeter recentemente a um rigoroso tratamento médico e só volta a trabalhar em fevereiro próximo.

Nem bem os mixtenses chegaram a Estação Rodoviária, apareceram no local alguns policiais militares para dar-lhes proteção na eventualidade da torcida do União descobrir que um grupo de alvinegros já estava deixando a cidade. Os PMs só deixaram a rodoviária depois que o ônibus que conduzia os torcedores cuiabanos partiu rapidamente,com toda segurança.

-- Por sorte nossa, naquela época, poucas pessoas possuíam carro e retornamos tranqüilos, sem riscos de torcedores nos abordarem no meio do caminho. Mas que foi um sufoco, foi!... – recorda outro fanático adepto mixtense que participou da aventura.

Embora a torcida mixtense presente ao Luthero Lopes fosse relativamente numerosa, provavelmente o que mais irritou a massa do União foi o barulho feito pelo pequeno grupo de torcedores que se reunia quase que diariamente defronte a gráfica e dona Pepe,na Rua 7 de Setembro, quase defronte a Igreja Senhor dos Passos, para buscar meios de viajar quando o Mixto jogava fora de Cuiabá.

Entre o grupo de jovens, figuravam Pelezinho -- que nada tem a ver com o lendário Pelezinho, do gol olímpico em Mazaropi -- e filho adotivo de dona Pepe e Talharim. Como torcedora fanática e fundadora do Mixto, ela até que gostaria que os dois virassem jogadores do clube do seu coração, mas qual o quê!..

Nesse dia da grande confusão em Rondonópolis, o grupinho, com dona Pepe à frente, chegou à cidade às 11 horas, com a turma varada de fome.  Dona Pepe não vacilou: pagou um lanche caprichado para a rapaziada numa lanchonete da rodoviária para que os meninos tivessem ânimo e pulmão para gritar “Mixtão”, “Mixtão”, “Mixtão”, durante todo o jogo...

A velha guarda do Mixto até hoje não chega a um acordo sobre qual das duas torcedoras símbolos do clube  -- dona Pepe e Nhá Barbina --  era mais fanática pelo alvinegro. Havia, porém, uma grande diferença entre as duas: dona Pepe era mais diplomática,e\comedida, enquanto Nhá Barbina não se importava de armar um barraco em qualquer lugar, quando se tratava de torcer ou defender o seu Mixto.

Como aconteceu no estádio de São Januário no jogo de volta entre Vaso da Gama e Mixto pelo Campeonato Nacional de 1976. Quando um grupo de torcedores cruzmaltinos tentou agredir uns poucos mixtenses que tinham ido ao Rio de Janeiro assistir ao jogo, Nhá  Barbina sacou o seu inseparável 38 cano curto e ameaçou: “Soco bala em quem der o primeiro passo na nossa direção!....” Ninguém se atreveu....      
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