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terça-feira, 29 de outubro de 2019

Disputa por bandeirinha vermelha entre árbitro e vaca em torneio de futebol provocou muitas gargalhadas


Todo mundo aprendeu desde criança que boi e vaca não gostam do vermelho. Menos o juiz de futebol Civis das Neves Rodrigues, já falecido, que durante muitos anos militou no Departamento de Árbitros da Federação Mato-grossense de Futebol, por onde passaram, em tempos bem remotos, consagrados juízes como Eraldo Palmeirini, Armando Camarinha, Cícero Salata, Orlando Antunes de Oliveira, Mário (Xuxa) Martins,  Wilson Eraldo  da Silva, Joelmes Jesus da Costa, Pio dos Santos e tantos outros...

Por desconhecer que bovinos não gostam do vermelho Civis das Neves acabou sendo protagonista de uma cena hilariante em Juscimeira e que inclusive provocou a paralisação de uma partida de futebol no principal campo da cidade, porque os jogadores dos dois clubes desandaram a rir que não paravam mais. E a numerosa a torcida também. E não era para menos, com a inusitada cena que presenciavam...

Quando presidiu a FMF em dois mandatos sucessivos – de 1980 a 1986 – o então deputado estadual João da Silva Torres, com evidente intenção eleitoreira, implantou na entidade a saudável política de apoiar e sempre que possível prestigiar pessoalmente eventos esportivos que eram realizados pelo interior de Mato Grosso. Como um torneio em Juscimeira, com a participação de muitas equipes.

A competição foi iniciada às 7h30. Os ponteiros dos relógios já caminhavam para as 17 horas e nada do torneio, que não foi interrompido nem na hora do almoço, acabar. Os três juízes da FMF escalados para apitar os jogos – Cícero Salata (que também já subiu para o andar de cima), Joelmes Jesus da Costa e Civis das Neves – já estavam completamente esgotados, de tanto se revezarem como juiz e bandeirinhas dos jogos, um atrás do outro.

Em um dos jogos já no fim de tarde e que estava sendo apitado por Joelmes, o auxiliar Civis das Neves, vencido pelo cansaço, encostou-se em um dos mourões que sustentavam os fios de arame liso que cercavam o campo. E para ficar mais à vontade, colocou as mãos para trás, segurando a sua bandeirinha vermelha. Qualquer anormalidade no jogo era só levantá-la e pronto!...

Aí aconteceu o fato inusitado: uma vaca aproximou-se do mourão onde estava encostado Civis das Neves e abocanhou a bandeirinha. Começou, então, uma luta desigual entre o auxiliar e a vaca, com o animal tentando puxar a bandeirinha para fora do campo e Civis das Neves lutando para recuperar seu instrumento de trabalho...

Depois de algum tempo de luta entre animal e homem a vaca desistiu de ficar com a bandeirinha e o jogo foi reiniciado, com o estádio inteiro, incluindo os jogadores, divertindo-se como nunca pelo show extra-futebol. O jogo ficou parado por um bom tempo, independente da vontade do arbitro, enquanto todo mundo caía na gargalhada. “Este fato pitoresco ficou marcado para sempre na minha carreira de juiz de futebol...” – afirma Joelmes Jesus da Costa.     

domingo, 20 de outubro de 2019

Motor de arranque quase levou o Ação a perder jogo por WO e pagar multa de R$ 20 mil


Viajar bem cedinho para chegar ao destino final com tempo suficiente para os jogadores dar uma boa descansada – foi com esse objetivo que o Sociedade Ação Futebol deixou Várzea Grande às 5 horas da matina de um domingo para jogar no Estádio Egídio José Preima contra a Associação Grêmio Sorriso pelo Campeonato Mato-grossense de 2008, o maior já realizado pela Federação Mato-grossense de Futebol, com a participação de 20 clubes. Um jogo de suma importância para os dois adversários, pois valia uma vaga para a fase seguinte do certame.

Mas os planos do SAF foram por água abaixo: quando a delegação chegou ao Posto Gil, em Diamantino (208 km de Cuiabá), o motor de arranque do ônibus que conduzia a delegação, pifou. Como era domingo, com o comércio da cidade fechado, não havia como comprar a peça. O chefe da delegação, Renivom Rodrigues, o Liu, começou uma busca entre os caminhoneiros que paravam no posto de um motor de arranque. Mas só depois de umas duas horas, o Ação conseguiu um com um motorista que ficou condoído com a situação do clube que ia ter que pagar uma multa de R$ 20 mil à FMF se não chegasse ao estádio para o jogo...

Faltavam ainda mais de 200 km para o Ação chegar a Sorriso. As horas avançavam celeremente e bem antes do timer chegar ao destino, os jogadores foram vestindo os uniformes. Assim que o ônibus parou na porta do estádio, os jogadores saíram correndo para entrar no campo, quando o árbitro Wagner Reway já se dirigia ao vestiário do clube da cidade para chamar o time para entrar em campo pela segunda vez – os primeiros 15 minutos de tolerância já haviam se esgotado – para ele declarar o Sorriso vencedor da partida por WO.

Além dos problemas na tumultuada viagem para Sorriso, o que influenciou negativamente no estado emocional dos jogadores, dentro de campo eles enfrentaram uma verdadeira guerra, com a torcida exercendo forte pressão sobre o time do Ação e a arbitragem. Tanto é que o primeiro tempo foi até aos 49 minutos e o segundo aos 57 minutos. E o jogo só terminou quando o Sorriso, que havia perdido o primeiro em Cuiabá por 2x0, chegou ao placar de 5x3 na agregação dos dois resultados. O Ação teve e seu goleiro Silva expulso de campo no segundo tempo.

Fundador da Sociedade Ação Futebol, cujo objetivo era revelar jogadores e fornecer franquias para tornar o futebol autossustentável, Renivom Rodrigues está trabalhando atualmente em General Salgado, na região de Araçatuba, no interior paulista, com jovens das categorias sub-15 e sub-17. O time já tem vários jovens realizando testes nas divisões de base de grandes clubes, inclusive do Palmeiras, do Grêmio (Porto Alegre), da Chapecoense...


quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Juiz queria terminar de apitar jogo de cima de um pé de mangas para não ser agredido...

Faz muito tempo, mas muito tempo mesmo, que o árbitro Luciano Natal Maiolino foi escalado para apitar um jogo do Campeonato Amador do Coxipó da Ponte, promovido pela Liga Independente do velho distrito, criado por lei estadual em fevereiro de 1932. Para facilitar a locomoção dos times, geralmente feita em carrocerias de velhos caminhões, todos os jogos do concorrido certame anual eram disputados no campo de futebol da Universidade Federal de Mato Grosso, fundada em dezembro de 1970.

Por causa da rivalidade que existia entre os clubes que disputavam o campeonato distrital, o árbitro Maiolino, apesar do eficiente desempenho dos  seus dois auxiliares – Joelmes Jesus da Costa e Miguel Lopes – vinha sofrendo grande pressão dos dois times e cujos nomes não vem ao caso. Tudo que ele marcava era motivo de contestação, reclamação, xingamentos, empurrões. As torcidas dos dois clubes não deixavam por menos e não paravam de ameaçar  o árbitro...  

Maiolino foi ficando de saco cheio e pensando numa saída para salvar sua pele e levar o jogo até o fim. No segundo tempo, o juiz não teve alternativa se não marcar uma falta contra um dos times e ao perceber que os jogadores do clube punido corriam em sua direção, com a evidente intenção de agredi-lo, não teve dúvida: disparou a toda velocidade em direção a um pé de mangas que existia na beira do campo e subiu nele com incrível rapidez...

AÍ foi um custo convencer Maiolino a descer da mangueira para continuar apitando o jogo. Às ponderações de diretores e jogadores dos dois times, o juiz insistia que ia terminar de apitar o jogo de cima do pé de mangas, de onde tinha razoável visão do campo e estava a salvo dos enfurecidos contendores. E só desceu da frondosa frutífera para dar sequência à partida depois que os jogadores só faltaram jurar que não iam mais tumultuar a sua arbitragem.

O bandeirinha Joelmes Jesus da Costa acredita que faz umas quatro décadas que esse inusitado fato – pelo menos no futebol de Mato Grosso – aconteceu na presença de muitas testemunhas, pois os jogos do Campeonato Amador do Coxipó da Ponte reuniam grandes públicos. Decorrido esse longo tempo, até agora Joelmes não consegue entender como Maiolino subiu na mangueira com a habilidade de um gato... e de chuteiras!.     

sábado, 12 de outubro de 2019

Uma mijada histórica do jogador Édson Saci na cabeça do médico do União


Na década de 1990, a delegação do União Esporte Clube retornava à noite para Rondonópolis depois de cumprir um compromisso oficial pelo Campeonato Mato-gossense de Futebol contra o Sinop. Uma viagem tranquila, com alguns membros da comitiva unionina até já puxando uma palhinha...

Lá pelas tantas, atendendo pedidos dos jogadores, o motorista parou o ônibus no acostamento da BR-163 para que o pessoal esvaziasse a bexiga. Para os que estavam mais apurados com vontade de fazer xixi, a parada foi um alívio.

Nem bem o ônibus parou, jogadores e a comissão técnica começaram a descer, alguns apressadamente, para mijar. Nem todos desceram do ônibus, porém: o atacante Édson Saci, que vivia aprontando poucas e boas, como a figura lendária e peralta do folclore brasileiro, preferiu urinar da escada da porta de entrada e saída do veículo...

Mas levou azar: na escuridão da noite, ele acertou em cheio a cabeça do médico do União, Cléo Renato, que estava voltando para o interior do ônibus.  Resultado: o médico teve que tomar um banho improvisado com a pouca água que havia do ônibus. E também trocar de roupa, pois a mijada de Saci foi caprichada mesmo!

O hilariante episódio protagonizado por Édson Saci rendeu disfarçadas gargalhadas entre os jogadores e uma bronca daquelas do médico Cléo Renato contra o profissional do União. E nem os pedidos de desculpas de Saci e as risadas dos membros da delegação foram suficientes para amenizar a fúria do médico contra a palhaçada do jogador...         

sábado, 5 de outubro de 2019

Com o atraso dos salários, jogadores do CEOV usaram burro para esculhambar Rubens dos Santos


Com três meses de salários atrasados, os jogadores do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense pressionavam de todas as formas o presidente Rubens dos Santos para receber a grana. Até quem morava na “república” do clube, na Avenida Couto Magalhães e que não tinha de se preocupar com pagamento de  mercado, farmácia, energia elétrica e água, chiava feio com o mandatário tricolor, mas Rubens dos Santos não estava nem aí com a bronca da boleirada...

A grande revolta dos operarianos era porque Rubens dos Santos, ao invés de estar cuidando dos interesses do seu clube, tinha se jogado de corpo e alma na campanha política para as eleições municipais de Várzea Grande em 1972. O presidente do tricolor queria porque queria voltar à cena política, repetindo suas façanhas nas décadas de 1950 e 1960, quando ocupou a presidência da Câmara Municipal de 1953/57 e 1961/64 e foi reeleito para o mandato 1964/67, como vereador.

O motivo da bronca dos jogadores: o principal adversário de Rubens dos Santos era um jovem, mas já a velha raposa na política  Júlio Campos. Entendia a boleirada que o presidente operariano estava perdendo seu tempo, que poderia estar dedicando, com maior proveito, para resolver os problemas financeiros do clube. Mas Rubens dos Santos não queria nem saber e continuava se dedicando ao seu projeto político.

Uma tarde, um grupo de jogadores, entre eles Dirceu Batista, Puruca e Dirceu, estava retornando à “república” do clube, quando viram um burro pastando nas imediações do lugar onde moravam. Os jogadores decidiram amarrar o animal para ele não fugir, enquanto decidiriam o que fazer mais tarde com o burro. “Certamente não era boa coisa que ia passar por aquelas cabeças...” – lembra um operariano da velha guarda.

Quando escureceu, o grupo de jogadores voltou ao lugar onde o burro estava amarrado, com muitas placas de papelão e de madeiras, nas quais haviam escrito ácidas críticas contra Rubens dos Santos, por causa do atraso no pagamento dos salários dos jogadores. Depois que o material foi cuidadosamente pregado no pelo do animal e também pendurado em seu pescoço, soltaram o muar, todo enfeitado com esculhambações contra Rubens dos Santos, para ele circular por onde quisesse em busca de pastagem...

Se o burro vagou por muitos lugares a partir daquela noite e chegou a influenciar positiva ou negativamente na campanha de Rubens dos Santos ninguém ficou sabendo. Mas as urnas mostraram uma diferença pequena  (cerca de 300 votos) na vitória de Júlio Campos e sobre Rubens dos Santos, apesar do poderio político e econômico da família Campos em Várzea Grande...    
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