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sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Tatu se alimentava de ovo cozido, repolho e batata doce para se livrar dos seus marcadores, com peidos...

Tatu: estratégia com pum
O ponteiro esquerdo Tatu, que jogou um bom tempo no extinto Riachuelo, de Cuiabá, e no Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, na fase áurea do futebol amador de Mato Grosso e profissionalizado em 1968, tinha uma fórmula infalível estar sempre desmarcado: às vésperas de jogos importantes, ele só comia ovo cozido, repolho e batata doce, alimentos de rápida fermentação. Com essa combinação alimentícia, na hora do jogo, quando ele desandava a soltar peidos, um atrás do outro, não havia marcador que aguentasse ficar perto dele...

Aí não tinha técnico capaz de obrigar zagueiros a cumprir suas ordens para fazer marcação cerrada sobre Tatu, pois onde ele estava, a fedentina dos seus puns era insuportável. E, claro, que Tatu aproveitava a liberdade que tinha dentro de campo, com a marcação que recebia à distância, para infernizar a vida das defesas adversárias.  

Quem conta esta história do falecido “estrategista-peidorreiro” Tatu é o seu irmão, o subtenente da PM Humberto de Oliveira, hoje já reformado e morando em Poconé. Quando Tatu jogava no tricolor várzea-grandense, sua família de  morava no bairro Alameda, onde Humberto era conhecido por Nhôgui e seu irmão muito popular entre seus moradores por causa de seu futebol...

Aliás, foi por causa de sua popularidade no Alameda que Tatu livrou-se certa vez de se meter em uma encrenca daquelas, pois ele não era danado só dentro de campo, não! Numa Sexta-feira Santa, Tatu decidiu roubar umas galinhas do seu Nego para fazer uma festa no Sábado de Aleluia, uma antiga tradição que aos poucos foi virando cinzas do passado...

Mas seu Nego estava muito atento na defesa das penosas de seu galinheiro. Sua casa era murada e, quando já noite, Tatu pôs as mãos sobre o obstáculo para pulá-lo em busca das galinhas, seu Nego prendeu um dos seus braços com uma corda e puxou-a para seu lado. Sem saída, Tatu disse com voz suave: “Sou eu, Tatuzinho, seu Nego! Foi só uma brincadeirinha...” E foi solto em seguida.

Nhôgui lamenta que Tatu tenha encerrado a carreira no futebol muito cedo, por causa de uma contusão. Foi em um jogo entre os dois Operários do Mato Grosso ainda indiviso, em Cuiabá, que o zagueiro Sílvio Berto, do Operário, de Campo Grande, deu uma entrada violenta em Tatu e quebrou uma de suas pernas, o que o obrigou a parar com o futebol prematuramente. Logo depois do episódio, o zagueiro do clube campo-grandense também abandonou o futebol, virando radialista, na capital sul-mato-grossense.

A mãe de Tatu, dona Carminha de Oliveira, mais conhecida como Sinhá, tinha verdadeiro ódio do apelido do filho, que se chamava Hildebrando. Nos dias de jogos, quando o caminhão parava defronte sua casa no Alameda, com a carroceria cheia de jogadores – naquele tempo não existiam nem os modernos ônibus de hoje e nem as velhas jardineiras do passado – e o pessoal começava a chamar por Tatu, dona Sinhá saia na porta e gritava: “O Hildebrando está aqui... mas o Tatu está no cu das suas mães...”    
        

sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Bandeirinhas do clássico dos milhões boicotaram a FMF e Boschilla, mas o árbitro deu a volta por cima...


Dia 9 de maio de 1986: Mixto e Operário Várzea-grandense iam disputar no Verdão um jogo importante pelo 1º turno do quadrangular decisivo do Campeonato Estadual da 1ª Divisão. Sob o pretexto de atrair público para o grande clássico, a Federação Mato-grossense de Futebol, pressionada pelos dois clubes, decidiu trazer um árbitro de fora, de renome no cenário nacional, para apitar o jogo. O escolhido para a difícil missão foi Dulcídio Vanderlei Boschilla, já falecido.

A contratação de um juiz consagrado no futebol brasileiro, como suposta atração de público – descobriu-se mais tarde – na realidade encobria a desconfiança de Operário e Mixto que não queriam que um jogo de tamanha importância fosse apitado por um árbitro de Mato Grosso. Que, aliás, os dois clubes conheciam muito bem. Daí...

Os dois bandeirinhas escalados pela FMF para trabalharem como auxiliares de Vanderlei Boschilla foi José Mauri Woicechiwisky e Ari Euclides Pereira. Os dois ficaram empolgados com a escolha: além da oportunidade de atuar em um grande clássico, ainda iam entrar numa boa grana, pois cada um receberia a metade da bolada que o juiz, contratado a peso de ouro, ia ganhar para apitar o jogo...

A crônica esportiva de Cuiabá já havia divulgado inclusive o valor da taxa de Boschilla. Mas aí José Mauri e Ari Euclides descobriram uma grande sacanagem da FMF: a entidade elevou às alturas a diária de Boschilla e reduziu o valor da sua taxa de arbitragem para pagar menos aos dois bandeirinhas. Os dois reagiram contra a patifaria da entidade, mas não teve jeito: teriam que se conformar com uma taxa de arbitragem bem mixuruca, quase simbólica.

José Mauri e Ari Euclides decidiram então boicotar a FMF: não iam trabalhar no clássico. Na noite do jogo, Ari Euclides foi para a casa de José Mauri, no Coophamil, onde ficaram curtindo uma piscina e aguardando o que ia acontecer. Quando seus celulares tocavam, conferiam: se era de gente da FMF, não atendiam.

Lá pelas tantas, as rádios que cobriam o clássico começaram a noticiar que o juiz Boschilla já tinha chegado ao Verdão e nada dos bandeirinhas aparecerem. Os dirigentes da FMF estavam desesperados e Boschilla nem aí. Ciente do problema, quando Operário e Mixto entraram em campo, o juiz procurou um dirigente da FMF e fez um pedido: “Chame dois funcionários de confiança da federação para meus auxiliares, vou apitar sem bandeirinhas...”

Apresentado aos dois improvisados auxiliares, Pedro Santana e Luís Fernando Kolmat, Boschilla foi curto e grosso: “Vocês só marcam saída de bola nas laterais; impedimentos e saídas de bola pela linha de fundo eu marco...”

Até que as emissoras de rádios esclareceram o que as duas pessoas estavam fazendo com aquelas bandeirinhas nas mãos, vestidos como cidadãos comuns, a torcida não entendia nada do que estava acontecendo naquela noite no Verdão.     

Apesar da improvisação dos dois assistentes, e da importância e da rivalidade do chamado “clássico dos milhões”, Boschilla teve uma atuação impecável, apesar da acusação de operarianos de que ele teria deixado de assinalar um pênalti a favor do tricolor. O Mixto ganhou o jogo por 1x0, gol marcado de cabeça por Amparo, no primeiro tempo, na cobrança de uma falta por Pastoril.

Quanto a Ari Euclides e José Mauri, foram punidos com um “gancho” de 30 dias cada um, pelo boicote à FMF e a Boschilla. Antes e depois do jogo, o presidente João Torres afirmou que ia denunciá-los à Comissão Nacional de Arbitragem da CBF, mas ficou mesmo só na ameaça...                     

sábado, 15 de dezembro de 2018

Uma viagem folclórica de Joaquim de Assis e Schardosin em busca de reforços para o Dom Bosco


O Dom Bosco estava precisando com urgência reforçar sua zaga central para disputar o Campeonato Brasileiro de  1978. No mercado da bola em Mato Grosso zagueiros centrais de alto nível eram mangas de colete e o presidente dombosquino Joaquim de Assis decidiu buscar dois jogadores da posição em outros estados.

E lá se foram Joaquim de Assis e o supervisor de futebol Newton Schardosin para São Paulo em busca dos jogadores pretendidos. A primeira parada dos dois seria Piracicaba, onde pretendiam conseguir junto ao XV de Novembro os reforços que buscavam. Se não desse certo. tentariam outros mercados...

Definida a viagem, na Belina de Joaquim de Assis, dirigida por Schardosin, pegaram a BR-364 e foram até Jataí, em Goiás, pois haviam decidido chegar a Piracicaba entrando pelo Triângulo Mineiro. Depois de 15 horas de viagem, abasteceram o carro no Posto Triângulo, antes de Uberlândia e após um rápido descanso, para um lanche, caíram no mundo...

Como tinham pressa, decidiram viajar a noite inteira para o destino final, Piracicaba. Quando o dia já estava amanhecendo, a toda hora Assis dizia a Schardosin: “Tenho certeza que já passamos por aqui...” 

O supervisor Schardosin desconversava e continuava afundando o pé no acelerador, com a convicção de quem supostamente conhecia muito bem o terreno onde estava pisando...

– Schardosin, eu tenho certeza... “ – Já sei, presidente, o senhor acha que... mas está enganado... – cortava Schardosin..

Quando o dia amanheceu, os dois constataram, para desespero de Schardosin, que estavam chegando a Alto Araguaia, voltando para Cuiabá...

Cansado e chateado, Joaquim de Assis deu a ordem a Schardosin: “Siga em frente, vamos pra casa...”

Dominado pelo cansaço, agravado pela noite insone ao volante do carro, Schardosin procurou ganhar tempo, buscando atalhos para retornar a Cuiabá...

Nunca mais Joaquim de Assis viajou por via terrestre com Schardosin...

(Republicado por falhas no sistema de registro de acessos).

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Pancadaria, bombas no vestiário, prisão e queima de roupa de árbitros em um jogo que ficou na história de Jaciara...


Campeonato Mato-grossense de Futebol no limiar da década de 1980. O Grêmio Jaciara jogava no extinto Verdão contra o Operário Várzea-grandense e, surpreendentemente, vencia por 1x0. Mas antes de terminar o primeiro tempo, o atacante tricolor Miltinho Goiano caiu na área do time visitante e o juiz marcou pênalti, que convertido em gol, levou o clube várzea-grandense a uma reação que culminou em uma goleada de 5x1contra o “tricolor dos canaviais”, como é chamada a equipe jaciarense...

Revoltados contra a arbitragem, dirigentes, jogadores e torcedores do clube visitante saíram do Verdão jurando que daquele dia em diante os árbitros que fossem apitar em Jaciara podiam preparar o lombo, porque o clube nunca mais ia ser vítima de esbulho por parte de juízes e bandeirinhas, como o que tinha ocorrido em Cuiabá. “Vamos quebrar todo mundo lá no pau...” – gritavam os enfurecidos jaciarenses...

O próximo jogo do Grêmio Jaciara seria em um domingo pela manhã contra o Dom Bosco, no Estádio “Márcio Cassiano da Silva”. No início da semana, quando a FMF divulgou a escala de árbitro para o jogo, recebeu um não coletivo: ninguém ia apitar em Jaciara. O Departamento de Árbitros recorreu então ao pessoal que morava em Rondonópolis, que fica bem perto de Jaciara, mas a resposta foi à mesma: ninguém iria...

Sem alternativas, a FMF apelou para o veterano Wilson Eraldo da Silva, que nunca tinha tido problemas com o pessoal de Jaciara e que topou a parada. Mas impôs uma condição: queria como seus auxiliares Moisés Serafim Medeiros, já falecido, e Divino Rodrigues, que eram policiais civis e que só viajavam para o interior com dois revólveres cada um em suas bolsas...

O pessoal da FMF – delegado, financeiro, juiz, bandeirinhas – chegou bem cedo ao estádio. E já deu de cara com um torcedor mal encarado, exibindo ostensivamente uma peixeira na cintura e gritando de forma ameaçadora que o juiz e os bandeirinhas do jogo iam entrar na porrada sem dó nem piedade se o time jaciarense não saísse de campo com a vitória...

Enfiando uma mão na sua bolsa para ver se não havia esquecido seu desodorante spray, Wilson Eraldo da Silva, teve uma reação que assustou o torcedor: “Ouça bem, moço: eu vim aqui para morrer. Mas vou levar muita gente comigo. Não me obrigue a tirar minha mão de dentro da minha bolsa, se não você vai ser o primeiro a ir comigo...”

Ao ouvir a reação de Wilson Eraldo, o torcedor saiu do caminho deles ligeirinho. Mas nem bem entraram no vestiário dos juízes para se tocar, torcedores começaram a jogar bombas no local. Uma delas, de alto poder explosivo, deixou os ouvidos do pessoal zumbindo – recorda Wilson Eraldo, que chegou a ficar momentaneamente meio surdo com o forte estampido...

Diante de tanta pressão de todos os lados, Wilson Eraldo foi curto e grosso na sua conversa com os jogadores no centro do gramado antes do início da partida: “Eu não vim aqui para apitar; vim para acabar com a carreira de vocês se não jogarem bola...” – afirmou com todas as letras, depois de avisar, reservadamente, os dombosquinos para não entrarem nas confusões dos jaciarenses. “O problema deles é com a arbitragem...’’ –  aconselhou.

O jogo começou bem, mas aos 4 minutos surgiu a primeira confusão, com o juiz marcando uma falta contra o Grêmio Jaciara. Os jogadores foram para cima do árbitro, que, pressionado e ameaçado, foi recuando e conversando com os jaciarenses. Serenados os ânimos, Wilson Eraldo foi de posição em posição e meteu cartão amarelo em cinco jogadores do time da casa...

Aos 18 minutos, na cobrança de um pênalti, o clube jaciarense abriu o placar, para explosão de alegria da torcida. Em seguida ao gol, surgiu nova confusão: um zagueiro do clube jaciarense desentendeu-se com o atacante dombosquino  Jaílson e o juiz mandou os dois para os chuveiros. Jaílson reclamou da expulsão, mas Eraldo Wilson ponderou: “Você devia era me agradecer. Daqui a pouco vai ter porrada aqui e você vai estar fora dessa!...”

Aos trancos e barrancos o jogo foi até o fim no primeiro tempo, com o Grêmio Jaciara em vantagem no placar. No segundo período, aos 18 minutos, após boa troca de passes do Dom Bosco no meio de campo, Vitor lançou Wender, um garoto bom de bola, que deu um chutão para frente, pegou o goleiro desprevenido, e acabou fazendo um bonito gol...     

Houve invasão do campo. Um torcedor que partiu pra cima de Wilson Eraldo levou do árbitro um soco bem no pau do nariz e começou a sangrar abundantemente. Foi a maior confusão no “Márcio Cassiano da Silva”. Dois policiais fizeram, com os abraços, uma espécie de uma “cela” sobre o juiz, para protegê-lo enquanto ele tentava se defender dos agressores.

Nisso, um torcedor que também havia invadido o campo, deu uma pedrada em um sargento da PM que estava no meio do rolo confusão. Um soldado correu atrás do torcedor e desferiu uma violenta pancada com um cassetete na cara do agressor e o prendeu. Dos socos e pontapés, principalmente chutes na bunda, não escaparam nem o delegado da FMF, Ismar Gomes, e o radialista Lino Pinheiro, de A Gazeta, que estava iniciando suas transmissões esportivas.

A pancadaria estendeu-se também pelas arquibancadas. O ex-presidente do clube, por um curto período, Flávio Silva Pires, estava no campo com um filho, então com dez anos, e um amigo conhecido pelo apelido de Vascaíno. Quando um torcedor partiu pra cima dos três, Vascaíno deu-lhe um soco, derrubando ele e mais três pessoas. A ameaça de agressão acabou ali...     

Serenado os ânimos, muita gente  foi parar na Polícia Militar. Para complicar a situação, muitos torcedores foram parar nas dependências da PM para exigir a libertação do torcedor preso no estádio por ferir o sargento com a pedra. Depois de prestar depoimentos na PM, o pessoal da FMF foi levado de volta para o estádio para pegar suas coisas e retornar a Cuiabá. A PM teve inclusive que jogar os carros onde estava o pessoal da FMF contra os torcedores para abrir passagem.

Quando o juiz, os bandeirinhas e os outros membros da FMF chegaram ao vestiário do estádio, uma decepção: os torcedores haviam invadido o local e queimado as roupas do árbitro e dos seus auxiliares, além de ter saqueado seus pertences, inclusive o dinheiro de suas carteiras. Teve gente que retornou a Cuiabá com roupas emprestadas por amigos. Como foi o caso de Wilson Eraldo da Silva... 

domingo, 2 de dezembro de 2018

Auxiliar sentiu dores nas pernas, ergueu a bandeirinha e provocou grande confusão em Barra do Garças...

Barra do Garças e União, de Rondonópolis, disputavam na década de 1980, mais um jogo do Campeonato Mato-grossense de Futebol da 1ª Divisão, no Estádio Zeca Costa. Como sempre acontece quando os dois tradicionais rivais do interior se defrontam o jogo era muito disputado.

No apito, Ismar Gomes conduzia a partida com tranqüilidade. Um dos bandeirinhas era Wilson Eraldo da Silva; o outro, Antonio Ângelo, que já desencarnou faz muito tempo. Ismar Gomes e Wilson Eraldo continuam em atividades até hoje, o primeiro como funcionário da FMF e outro ligado a Sedel e trabalhando numa empresa da sua família.

O jogo já caminhava para a final e o placar continuava “ocho”, como dizem muitos cronistas esportivos quando o resultado do jogo está em 0x0. Mas aí aconteceu um fato inusitado que viria provocar uma completa metamorfose na partida.

Em um ataque do União, o auxiliar Antonio Ângelo ergueu a bandeirinha para chamar a atenção do juiz Ismar Gomes para um grave problema que o afligia: estava sentindo fortes nas duas pernas e talvez até que tivesse de ser substituído pelo árbitro reserva...

O ataque do União resultou em gol e os jogadores do Barra do Garças partiram para cima de Ismar Gomes, exigindo que ele anulasse o tento, marcando o impedimento que Antonio Ângelo havia apontado, erguendo a bandeirinha. Mas o juiz não havia notado nada de anormal no lance do União e confirmou o gol...

Confusão da pesada dentro do campo, com ameaças de agressões, explicações, pedidos de desculpas etc. Depois de muito vai-não-vai, a partida foi reiniciada e terminou com a vitória do time de Rondonópolis, com o gol ilegal.

Encerrado o jogo, o pessoal da Federação Mato-grossense de Futebol tratou de sair correndo do Zeca Costa para a Estação Rodoviária, que ficava perto do hotel onde a turma tinha ficado hospedada, para retornar à Cuiabá.

Quando Wilson Eraldo se aproximava do hotel viu gente saindo detrás de postes de energia elétrica, detrás de carros e até descendo de árvores, pendurada em galhos, e perguntando se era ele que havia apitado o jogo...

– Não fui eu. Quem apitou o jogo está vindo aí atrás – afirmava Eraldo Wilson, tentando tirar o seu da reta...

Quem vinha atrás dele, apressado para chegar à Rodoviária, era mesmo Ismar Gomes, que apanhou pra valer – como ele próprio admite – da enfurecida torcida barragarcense.

Alertada sobre os riscos que o pessoal da FMF estava correndo, a Polícia Militar chegou rapidinho a Rodoviária e impediu um massacre geral contra o grupo federacionista que tinha trabalhado no jogo no Zeca Costa.

A raiva da torcida barragarcense era tanta por causa da falha de Antonio Ãngelo que a Polícia Militar decidiu escoltar o ônibus que conduzia a turma da FMF de volta para Cuiabá até General Carneiro, que fica a 67 quilômetros de Barra do Garças...    
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