Pesquisar este blog

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Neymar deu muito trabalho ao massagista Malaquias quando seu pai defendeu o Operário

Neymar pai, Neymar Jr.
 e a irmã Rafaella em
 Várzea Grande
(Foto de Saturnino José da Costa)

Jogador de bola mais bem pago do mundo da atualidade, com os R$ 110 milhões anuais (livres de impostos) que passa a receber do Paris Saint Germain, a celebridade Neymar Jr. faz parte também do folclore do futebol mato-grossense, como o menino que deu muito trabalho a Geraldo Malaquias Rosa, que durante mais de 30 anos foi massagista do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense, quando seu pai, Neymar da Silva Santos, defendeu e foi campeão, o lendário “Chicote da Fronteira” no Campeonato Estadual de 1997.

Mas como Neymar Jr., então com seis anos de idade, dava tanto trabalho ao veterano Malaquias?

É que o Operário realizava seus recreativos nos finais de semana nas dependências da antiga Codemat, no Carrapicho, ou no Iate Clube, no Costa Verde. E onde aparecia uma bola, lá estava Neymar, burlando a vigilância de seu pai e do próprio Malaquias, e correndo atrás dela. Por isso é que o Neymar pai não levava o Neymar filho para os treinos coletivos e táticos, nos quais os técnicos geralmente utilizam muitas bolas.

– O Neymar era um bom menino, meio peralta, como todo garoto nessa idade. Fora disso era bem educado. Mas não podia ver uma bola que saía correndo atrás dela. Aí eu tinha que sair correndo atrás dele para retirá-lo do campo – afirma Malaquias, hoje com 63 anos de idade.

Como a família do craque famoso, considerado hoje um dos melhores jogadores do mundo, veio parar em Várzea Grande?

Aconteceu o seguinte: em 1997, o presidente do Operário, Antonio Gonçalo Pedroso Maninho de Barros, em busca de reforços para o tricolor, foi a Paranaguá assistir um amistoso da extinta Associação Paranaguá Esporte Clube – que chegou a disputar em 2001 o campeonato da quarta divisão do Paraná – contra o Atlético Paranaense. O tricolor estava muito interessado em alguns jogadores do Atlético, entre eles Laurinho, para montar um timaço para disputar o título da temporada.

Mas durante a partida em Paranaguá, Maninho de Barros teve sua atenção despertada pela maneira como jogava um atacante da APEC, que além da habilidade com que tratava a bola com os dois pés, era goleador. Inclusive marcou dois gols naquele jogo, um em cada tempo, contra o poderoso adversário da capital paranaense...

Terminado o jogo, Maninho de Barros pediu a Laurinho, que acabou vindo para o Operário com outros atleticanos, que o apresentasse ao ilustre desconhecido, o Neymar. Conversa vai, conversa vem, o presidente operariano convidou Neymar para defender o seu clube. Neymar disse que precisava consultar a mulher, mas pediu o telefone de Maninho de Barros para um eventual contato depois.

Um dia, Maninho de Barros recebeu uma chamada interurbana: era Neymar, comunicando que estava disposto a vir para Várzea Grande. Mas havia um problema para a mudança: além da mulher Nadine, ele tinha duas crianças: o menino Neymar Jr. e a menina Rafaella. 

– Isso não é problema, Neymar. Pegue a mulher, as crianças, o cachorro, o gato, o papagaio e vem pra Várzea Grande o mais urgente possível... – respondeu-lhe Maninho de Barros. 

A estreia de Neymar no Operário foi contra o Cacerense, na primeira rodada do Campeonato Mato-grossense de 1997. Na viagem para Cáceres, no dia do jogo, a delegação tricolor fez uma parada no km 120 da BR 070 para a rapaziada tirar água do joelho, tomar um café e dar uma esticada nas pernas.

O ônibus da delegação partiu para completar a viagem. Mas depois do ônibus rodar uns 20 quilômetros, alguém percebeu que o jogador Neymar tinha ficado para trás. Por ordem de Maninho de Barros, o ônibus deu meia volta e retornou ao 120 para pegar o desgarrado jogador. 



Foi uma estreia em alto nível de Neymar, que além de ter jogado bem, fez o único gol da partida e que deu a vitória ao Operário. Aliás, o pai do Neymar, que virou personalidade mundial apesar dee ainda muito jovem, foi figura de destaque na conquista do título estadual de 1997 pelo “Chicote da Fronteira”. E o esquecimento de Neymar pai no meio do caminho na viagem para Cáceres passou também a fazer parte do folclore operariano.           

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Se você leu, comente o que achou