Já estava passando da hora
do Operário Várzea-grandense entrar em campo no Dutrinha para enfrentar o
Mixto, pelo Campeonato Mato-grossense de 1973 e o goleiro Carlos Pedra, do
tricolor, enrolado e puto da vida porque não conseguia encontrar alguém no
vestiário para lhe aplicar uma vitamina na veia de um dos braços – uma dose do
estimulante glucoenergan, cujo uso entre os boleiros era muito comum naqueles
velhos tempos do futebol romântico de Mato Grosso.
De repente, surge perto de
Carlos Pedra o atacante Zé Pulula, que imediatamente foi intimado pelo goleiro
para lhe aplicar injeção.
– Mas eu não entendo disso,
companheiro! – justificou Zé Pulula para se recusar a aplicar a injeção em
Carlos Pedra.
– É simples Pulula. Eu
aperto meu braço, até surgir uma veia e aí você enfia a agulha nela e injeta o
líquido – afirmou Carlos Pedra, enquanto colocava um pé sobre um vaso do
banheiro para apoiar o braço que seria espetado.
Porém, aconteceu uma
tragédia. Nervoso, Pulula foi cumprindo direitinho às instruções de Carlos
Pedra, mas na hora de injetar o líquido no braço do goleiro, ele deixou a
seringa cair no piso do vestiário e aí foi caco de vidro e glucoenergan para
todos os lados...
Irritado, Carlos Pedra
partiu para cima de Zé Pulula, muito puto da vida com a sua trapalhada. Depois
de algum tempo, Carlos Pedra foi para o campo e sem o efeito do estimulante, parecia
mais uma barata tonta no gol operariano. Inclusive levou dois gols nos 15
minutos iniciais da partida.
Notando que alguma coisa
anormal estava se passando com Carlos Pedra, os operarianos começaram a pedir
para o goleiro se jogar no chão, simular uma contusão. Numa das quedas do
goleiro, os jogadores fizeram uma rodinha e alguém lhe aplicou uma injeção da milagrosa
vitamina, sem que a torcida e a arbitragem percebessem o que estava acontecendo...
Daí em adiante, Carlos Pedra
não deixou mais passar nem pensamento no seu gol, com o Mixto conformando-se
com a magra vitória por 2x1, quando tudo levava a crer que o alvinegro ia ganhar
o clássico de goleada... – recorda Zé Pulula.
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