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sábado, 5 de outubro de 2019

Com o atraso dos salários, jogadores do CEOV usaram burro para esculhambar Rubens dos Santos


Com três meses de salários atrasados, os jogadores do Clube Esportivo Operário Várzea-grandense pressionavam de todas as formas o presidente Rubens dos Santos para receber a grana. Até quem morava na “república” do clube, na Avenida Couto Magalhães e que não tinha de se preocupar com pagamento de  mercado, farmácia, energia elétrica e água, chiava feio com o mandatário tricolor, mas Rubens dos Santos não estava nem aí com a bronca da boleirada...

A grande revolta dos operarianos era porque Rubens dos Santos, ao invés de estar cuidando dos interesses do seu clube, tinha se jogado de corpo e alma na campanha política para as eleições municipais de Várzea Grande em 1972. O presidente do tricolor queria porque queria voltar à cena política, repetindo suas façanhas nas décadas de 1950 e 1960, quando ocupou a presidência da Câmara Municipal de 1953/57 e 1961/64 e foi reeleito para o mandato 1964/67, como vereador.

O motivo da bronca dos jogadores: o principal adversário de Rubens dos Santos era um jovem, mas já a velha raposa na política  Júlio Campos. Entendia a boleirada que o presidente operariano estava perdendo seu tempo, que poderia estar dedicando, com maior proveito, para resolver os problemas financeiros do clube. Mas Rubens dos Santos não queria nem saber e continuava se dedicando ao seu projeto político.

Uma tarde, um grupo de jogadores, entre eles Dirceu Batista, Puruca e Dirceu, estava retornando à “república” do clube, quando viram um burro pastando nas imediações do lugar onde moravam. Os jogadores decidiram amarrar o animal para ele não fugir, enquanto decidiriam o que fazer mais tarde com o burro. “Certamente não era boa coisa que ia passar por aquelas cabeças...” – lembra um operariano da velha guarda.

Quando escureceu, o grupo de jogadores voltou ao lugar onde o burro estava amarrado, com muitas placas de papelão e de madeiras, nas quais haviam escrito ácidas críticas contra Rubens dos Santos, por causa do atraso no pagamento dos salários dos jogadores. Depois que o material foi cuidadosamente pregado no pelo do animal e também pendurado em seu pescoço, soltaram o muar, todo enfeitado com esculhambações contra Rubens dos Santos, para ele circular por onde quisesse em busca de pastagem...

Se o burro vagou por muitos lugares a partir daquela noite e chegou a influenciar positiva ou negativamente na campanha de Rubens dos Santos ninguém ficou sabendo. Mas as urnas mostraram uma diferença pequena  (cerca de 300 votos) na vitória de Júlio Campos e sobre Rubens dos Santos, apesar do poderio político e econômico da família Campos em Várzea Grande...    
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