Faz muito tempo, mas muito
tempo mesmo, que o árbitro Luciano Natal Maiolino foi escalado para apitar um
jogo do Campeonato Amador do Coxipó da Ponte, promovido pela Liga Independente
do velho distrito, criado por lei estadual em fevereiro de 1932. Para facilitar
a locomoção dos times, geralmente feita em carrocerias de velhos caminhões, todos os jogos do concorrido certame anual eram
disputados no campo de futebol da Universidade Federal de Mato Grosso, fundada
em dezembro de 1970.
Por causa da rivalidade que
existia entre os clubes que disputavam o campeonato distrital, o árbitro
Maiolino, apesar do eficiente desempenho dos seus dois auxiliares – Joelmes Jesus da Costa
e Miguel Lopes – vinha sofrendo grande pressão dos dois times e cujos nomes não vem ao
caso. Tudo que ele marcava era motivo de contestação, reclamação, xingamentos,
empurrões. As torcidas dos dois clubes não deixavam por menos e não paravam de ameaçar o árbitro...
Maiolino foi ficando de saco
cheio e pensando numa saída para salvar sua pele e levar o jogo até o fim. No
segundo tempo, o juiz não teve alternativa se não marcar uma falta contra um
dos times e ao perceber que os jogadores do clube punido corriam em sua
direção, com a evidente intenção de agredi-lo, não teve dúvida: disparou a toda
velocidade em direção a um pé de mangas que existia na beira do campo e subiu
nele com incrível rapidez...
AÍ foi um custo convencer
Maiolino a descer da mangueira para continuar apitando o jogo. Às ponderações
de diretores e jogadores dos dois times, o juiz insistia que ia terminar de
apitar o jogo de cima do pé de mangas, de onde tinha razoável visão do campo e
estava a salvo dos enfurecidos contendores. E só desceu da frondosa frutífera
para dar sequência à partida depois que os jogadores só faltaram jurar que não
iam mais tumultuar a sua arbitragem.
O bandeirinha Joelmes Jesus da Costa acredita que faz umas quatro décadas que esse inusitado fato – pelo menos no futebol de Mato Grosso – aconteceu na presença de muitas testemunhas, pois os jogos do Campeonato Amador do Coxipó da Ponte reuniam grandes públicos. Decorrido esse longo tempo, até agora Joelmes não consegue entender como Maiolino subiu na mangueira com a habilidade de um gato... e de chuteiras!.
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