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sexta-feira, 5 de maio de 2017

Só Iuca participou e lucrou com uma armação de Lino Miranda, por um vale


Lino Miranda era um mestre em armações... 
Com o pagamento do salário da boleirada atrasado, como sempre, o presidente do Dom Bosco, Lino Miranda, ia levando no bico os jogadores remanescentes do plantel que havia disputado o Campeonato Mato-grossense de 1990. Alguns deles só estavam esperando receber o dinheiro que tinham  em haver no clube para picar a mula...

Como o dinheiro do salário não saía mesmo, os jogadores iam vivendo de vales. Dependendo do valor da “mordida” que Lino Miranda levava, principalmente quando dava as caras nos treinos, ele nem anotava o vale para descontar na hora do acerto de contas.

Durante os dez anos de presidência de Lino Miranda, quando a moeda nacional era o Cruzeiro, ele sempre tinha dinheiro nos bolsos para atender eventuais emergências dos jogadores. Mas nunca exibia dinheiro diante da moçada.

E sabia perfeitamente em que bolsos estavam as notas de maior e de menor valor. Dependendo da “cantada”, ele enfiava a mão no bolso, tirava o dinheiro e dizia: “Só tenho esse!...”  

Um dia Lino Miranda prometeu para alguns jogadores que o Dom Bosco ia fazer um vale alentado para a rapaziada.  E, afinal, o dia da esperada bufunfa chegou.

Numa dependência próxima à sala do presidente Lino Miranda estavam Ferreirinha, Tião e o pra lá de gago Vitor, que já havia jogado inclusive no Flamengo, do Rio de Janeiro, só esperando a hora de serem chamados para pegar o "cascalho" prometido...

De repente e surpreendentemente, sai da sala de Lino Miranda o atacante Iuca, chutando portas, dando murro em mesas e gritando a todo pulmão: “Presidente de merda, grande fdp, caloteiro...” e outros impropérios impublicáveis...”

Ferreirinha, Tião e Vitor foram saindo de fininho do clube. Entenderam na hora que se para Iuca, que tinha sido o principal jogador do Dom Bosco no Campeonato Estadual daquele ano não havia saído dinheiro, pra eles então o que ia sobrar? Certamente, nadinha de nada!...

Quando os três jogadores saíam da dependência contígua a sala da presidência, entrou Paulo Emílio Magalhães, naquele tempo corneteiro de carteirinha Dom Bosco, mas com potencial, para se tornar no futuro um dirigente do clube – hoje ele é 1º vice-presidente dombosquino – e Lino Miranda lhe disse: “Vá aprendendo, rapaz!...”

Foi aí que Paulo Emílio, que presenciou todo o show do ídolo Iuca, entendeu então que a presepada do atacante não havia passado de uma armação entre Lino Miranda e o jogador para induzir não só Ferreirinha, Tião e Vitor, mas também outros jogadores que estavam para chegar, atraídos pela promessa do presidente, a desistirem do vale. Sem brigas, ofensas, xingamentos

Resultado da armação de Lino Miranda: só Iuca saiu da sede do Dom Bosco no Morro da Colina Iluminada com um bom dinheiro nos bolsos...    
           




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