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quinta-feira, 18 de maio de 2017

Um romance de três horas que complicou a vida do mixtense Nelsinho


Nelsinho: um romance  curto, mas muito tumultuado...
Primeiro jogo entre União e Mixto, no Estádio Luthero Lopes, na decisão do  Campeonato Mato-grossense de Futebol de 1981. A torcida do alvinegro fretou vários ônibus para ir a Rondonópolis incentivar o clube naqueles saudosos tempos de estádios lotados em Mato Grosso.

No Verdão, por exemplo, era comum públicos de 45 mil espectadores em dias de clássicos entre Mixto, Dom Bosco e Clube Esportivo Operário Varzea-grandense. O próprio União, quando jogava em Verdão, com qualquer um dos clubes da Grande Cuiabá, enchia o estádio.

Entre tanta gente da Grande Cuiabá – sim, porque o Mixto tem muitos adeptos em Várzea Grande – o fanático torcedor Nelson Tomaz, que tempos depois virou o Nelsinho’s “o cabeleireiro dos mixtenses” e que naquele dia teve como companheiro de poltrona no ônibus Carlinhos Dorileo, ambos garotões ainda...

Os ônibus das caravanas de torcedores de Cuiabá ficavam estacionados em um espaçoso terreno na velha Estação Rodoviária, cuja proximidade com o Luthero  Lopes facilitava o deslocamento da torcida para o estádio. No pé dois mesmo, sem depender de condução.

Enquanto esperavam a hora de ir para o estádio, os torcedores ficavam zanzando pela rodoviária. Conversa vai, conversa vem, nesse dia Nelson  Tomaz  acabou arrumando uma namorada muito prafrentex. Os dois já foram o Luthero Lopes de mãos dadas no maior love...

Empolgada com o fanatismo do namorado pelo alvinegro, a moça, muito bonita, já virou mixtense. E vibrou intensamente, como se fosse uma velha torcedora, com o empate que o Mixto arrancou do União pela contagem mínima.

De volta para a rodoviária para o retorno a Cuiabá, começou um drama para Nelsinho: a namorada não queria soltar sua mão e insistia para que seu amado ficasse em Rondonópolis. Diante da recusa de Nelsinho, a moça decidiu na hora: “Se você não ficar, eu vou com você...”

Sob protestos dos outros torcedores que tinham pressa em retornar a Cuiabá, com muito custo Nelsinho conseguiu entrar no ônibus. Mas nem bem se acomodou uma nova surpresa: a jovem pulou a janela do ônibus, aproximou-se de Nelsinho e insistiu: “Eu vou também...”

Foi aquele bafafá dos diabos. O motorista querendo partir e a moça teimando em não descer do ônibus. E a turma do ônibus na maior gozação para cima de Nelsinho.

Depois de muita confusão, a jovem concordou em descer do ônibus... se Nelsinho lhe desse a sua camisa do Mixto. Resultado: Nelsinho voltou para casa com a bandeira do Mixto enrolada em seu corpo. E por onde passava, ouvia comentários do tipo: “Esse é mixtense de verdade!...”

Se soubessem do acontecido...

O Mixto foi o campeão estadual daquele ano, derrotando o União, no segundo jogo da decisão, no Verdão, por 2x0, gols de Bife e Ademar. O gol de Bife foi tão bonito que acabou virando comercial de uma poderosa imobiliária de Cuiabá.

Passados quase quatro décadas do episódio, até hoje Nelsinho se lembra do  namoro que durou umas três horas, mas que lhe causou uma tremenda dor de cabeça...             

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