Nelsinho: um romance curto, mas muito tumultuado... |
No Verdão, por exemplo, era
comum públicos de 45 mil espectadores em dias de clássicos entre Mixto, Dom
Bosco e Clube Esportivo Operário Varzea-grandense. O próprio União, quando
jogava em Verdão, com qualquer um dos clubes da Grande Cuiabá, enchia o estádio.
Entre tanta gente da Grande
Cuiabá – sim, porque o Mixto tem muitos adeptos em Várzea Grande – o fanático
torcedor Nelson Tomaz, que tempos depois virou o Nelsinho’s “o cabeleireiro dos
mixtenses” e que naquele dia teve como companheiro de poltrona no ônibus
Carlinhos Dorileo, ambos garotões ainda...
Os ônibus das caravanas de
torcedores de Cuiabá ficavam estacionados em um espaçoso terreno na velha
Estação Rodoviária, cuja proximidade com o Luthero Lopes facilitava o deslocamento da torcida
para o estádio. No pé dois mesmo, sem depender de condução.
Enquanto esperavam a hora de
ir para o estádio, os torcedores ficavam zanzando pela rodoviária. Conversa
vai, conversa vem, nesse dia Nelson
Tomaz acabou arrumando uma
namorada muito prafrentex. Os dois já foram o Luthero Lopes de mãos dadas no
maior love...
Empolgada com o fanatismo do
namorado pelo alvinegro, a moça, muito bonita, já virou mixtense. E vibrou
intensamente, como se fosse uma velha torcedora, com o empate que o Mixto
arrancou do União pela contagem mínima.
De volta para a rodoviária
para o retorno a Cuiabá, começou um drama para Nelsinho: a namorada não queria
soltar sua mão e insistia para que seu amado ficasse em Rondonópolis. Diante da
recusa de Nelsinho, a moça decidiu na hora: “Se você não ficar, eu vou com
você...”
Sob protestos dos outros
torcedores que tinham pressa em retornar a Cuiabá, com muito custo Nelsinho
conseguiu entrar no ônibus. Mas nem bem se acomodou uma nova surpresa: a jovem
pulou a janela do ônibus, aproximou-se de Nelsinho e insistiu: “Eu vou também...”
Foi aquele bafafá dos
diabos. O motorista querendo partir e a moça teimando em não descer do ônibus.
E a turma do ônibus na maior gozação para cima de Nelsinho.
Depois de muita confusão, a
jovem concordou em descer do ônibus... se Nelsinho lhe desse a sua camisa do
Mixto. Resultado: Nelsinho voltou para casa com a bandeira do Mixto enrolada em
seu corpo. E por onde passava, ouvia comentários do tipo: “Esse é mixtense de
verdade!...”
Se soubessem do
acontecido...
O Mixto foi o campeão
estadual daquele ano, derrotando o União, no segundo jogo da decisão, no Verdão,
por 2x0, gols de Bife e Ademar. O gol de Bife foi tão bonito que acabou virando
comercial de uma poderosa imobiliária de Cuiabá.
Passados quase quatro
décadas do episódio, até hoje Nelsinho se lembra do namoro que durou umas três horas, mas que lhe
causou uma tremenda dor de cabeça...
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