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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Único torcedor que invadiu o Verdão pelo fosso, Zezão Operariano não bateu no juiz e ainda apanhou...

Zezao com seu filho Éder: operarianos de coração
Com o Verdão cheio até as tampas, com mais de 40 mil torcedores, Mixto e Operário Várzea-grandense disputavam uma partida muito importante em 1982: além da briga pela liderança do Campeonato Mato-grossense, estava em jogo também a cobiçada vaga para o Campeonato Brasileiro de 1983. Vencedor da primeira partida da série “melhor de três pontos”, o alvinegro precisava apenas de um empate para ficar com a vaga.

O “Chicote da Fronteira” virou o primeiro tempo com a vantagem de 2x1 no placar. Com o time jogando bem, muitos torcedores operarianos já estavam até festejando a conquista da sonhada vaga, tomando todas as espumosas a que tinham direito... 

Veio o segundo tempo e não demorou o árbitro, que não era de Mato Grosso, mas cujo nome ninguém se lembra, marcou um pênalti contra o tricolor. Diante das reações dos operarianos contra a marcação da penalidade, o campo de jogo Verdão virou uma grande confusão, com ameaças de agressões, entrada em campo de dirigentes, jogadores reservas, autoridades, policiais, etc.

Foi aí que o fanático torcedor e integrante da charanga tricolor José Maria de Campos, o Zezão Operariano, com a “caveira” cheia de goró, julgou que poderia, com umas boas porradas no juiz, convencê-lo a reconsiderar a decisão. E não pensou duas vezes: foi até da área do lado leste do demolido Verdão, onde existia uma rampa que permitia o acesso ao campo, de veículos como ambulâncias, viaturas da Polícia e Bombeiros, e pulou de uma altura de quatro metros, da arquibancada descoberta, para o fosso.

Levou azar: ao atingir ao piso do fosso, que tornava o campo de jogo do Verdão imune a invasões, sofreu uma torção no tornozelo direito. Mas, mesmo andando com dificuldades e sofrendo muito com a dor, Zezão chegou ao campo, e quando se aproximou do juiz, que o vira caminhando em sua direção, o árbitro se virou rapidamente e lhe deu um soco bem no meio da cara...

Tanto esforço e sacrifício de Zezão Operariano não surtiram nenhum efeito: apesar de toda a confusão, o juiz confirmou o pênalti, que o Mixto converteu em gol e acabou marcando mais um, transformando a derrota parcial de 2x1 numa dura vitória por 3x2.

Para Zezão Operariano restou um consolo: ele virou notícia na imprensa nacional por ter sido o único torcedor a conseguir a façanha de invadir o Verdão, até então considerado absolutamente inviolável, por causa da segurança do fosso que separava os torcedores de quem estava no campo de jogo.

Operariano desde que seu pai, José Henrique de Campos, o Zelão, começou a levá-lo, ainda criança, para ver jogos do tricolor, Zezão Operariano, é mais um torcedor decepcionado com o atual nível do futebol mato-grossense. Tanto é que raramente aparece na Arena Pantanal para ver o seu tricolor jogar.

Aos 57 anos, ele recorda com saudades de alguns craques consagrados que viveram na “República” do Operário Várzea-grandense, na Avenida Couto Magalhães, entre 1972/76: Bife, Gaguinho, Alair, Joel Diamantino, César Diabo Louro e Zé Pulula. Lembra também que nesse período de cinco anos, sua família nunca viu um níquel do aluguel do imóvel ao tricolor... 





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