Arimateia: barragarcense da velha guarda |
De repente, alguém teve uma ideia luminosa e gritou: “Um jogador nosso se machucou, está caído no campo...”
Padre Cícero pegou sua maleta de massagem e invadiu o campo, correndo feito um desesperado, em busca do jogador contundido...
Aí aconteceu o inusitado, que divertiu muito a torcida presente ao Verdão para ver o jogo entre o Operário e o Barra do Garças, pelo Campeonato Mato-grossense de 1978 ou 79 – não se lembra com exatidão o dirigente barragarcense José Arimateia: o polêmico árbitro Armando Camarinha desandou a correr atrás de Padre Cícero para expulsá-lo de campo.
Padre Cícero que inclusive foi vereador em Barra do Garças cultivava o péssimo hábito de fumar muito. Torcedor fanático do BGFC, naquele dia o massagista tinha um bom motivo para fumar mais do que o normal para tentar aplacar a sua raiva: o árbitro Camarinha estava metendo a mão no seu clube...
Embora jogando muito bem, o time barragarcense não conseguia nem chegar perto da área do Operário por causa da marcação cerrada de Camarinha. Sem dar a mínima bola para os bandeirinhas, ele marcava tudo contra o Barra do Garças e nada contra o Operário...
– Só no primeiro tempo foram marcados sete impedimentos do Barra do Garças e nem um contra o Operário – recorda Arimateia.
Apesar de sua boa atuação, mas tendo contra si a arbitragem de Camarinha, o Barra do Garças acabou perdendo o jogo por 1x0, resultado que a própria torcida operariana e a crônica esportiva da capital consideraram injusto.
Terminado o jogo, Padre Cícero sumiu. Quando os barragarcenses deixavam o campo, ao passarem pelo vestiário dos árbitros ouviram choro e soluços e, disfarçadamente, foram ver o que estava acontecendo...
E viram: nos primeiros degraus da escada que dava acesso ao campo e ao vestiário, estava Padre Cícero agarrado ao completamente imobilizado Armando Camarinha, e repetindo sem parar “Eu vou te matar! Eu vou te matar! Eu vou te matar...”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Se você leu, comente o que achou