Conhecido nos meios
esportivos pelo apelido de “Trote de Vaca”, por causa de seu jeito desengonçado
de correr quando estava trabalhando como bandeirinha ou assistente, como são
chamados agora, José Silva foi apitar um jogo de Campeonato Amador de Cuiabá no
campo do antigo 16º Batalhão de Caçadores, o 16° BC, que virou depois 44°
Batalhão de Infantaria Motorizado.
Logo que chegou ao palco da
disputa, “Trote de Vaca” ficou sabendo que os dois times cujo jogo ia apitar
gostavam de pressionar o árbitro. E não raro, com o apoio de seus torcedores,
partiam até para a agressão contra os árbitros e, como era natural, sempre
acabava sobrando até mesmo para os seus bandeirinhas.
Em uma conversa com o
Joelmes Jesus da Costa, que seria um dos bandeirinhas naquele jogo, José da
Silva garantiu que sem policiamento no campo não apitar coisa nenhuma. Joelmes
tentou contornar o problema para evitar que a arbitragem fosse envolvida numa
situação desagradável com os oficiais do 16°.
-- Zé, nós estamos dentro de
um quartel militar do Exército Brasileiro Se o pessoal daqui não nos der segurança,
a Polícia é quem vai dar? A Polícia Militar e a Polícia Civil pode nem entrarem
aqui. Faça o seguinte: procure o oficial do dia e solicite a ele para escalar
alguns soldados para ficarem de plantão aqui no campo até o jogo acabar.
José Silva aceitou o conselho de Joelmes.
Antes de começar o jogo, “Trote de Vaca” recorreu ao Exército e com soldados
andando pra lá e pra cá no campo, a partida transcorreu sob absoluta calmaria.
Até porque para entrar nas dependências do 16° BC os torcedores tinham que
passar por rigorosa triagem burocrática e também por uma rigorosa revista, o
que impediu que os torcedores bagunceiros tivessem acesso ao campo de
futebol...
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