Com a intenção de arrumar um
bom dinheiro para o Cacerense enfrentar o ano de 1980, o dirigente Luiz Mário
Cardoso, o popular Pacu, acertou um amistoso com o Vila Aurora, de
Rondonópolis, em um domingo, em Cáceres. Na realidade, o amistoso no Geraldão
era apenas um pretexto para Pacu colocar em prática um plano arrojado e
ambicioso: encher o estádio com uma atração artística para ninguém botar
defeito.
À época, realizava uma
excursão pelo Brasil o grupo musical de Porto Rico, Menudo. Melhor atração para
o público de todas as idades, impossível, sonhou alto Pacu. Definidos alguns
detalhes para a programação – só na cabeça de dele passava que o grupo porto-riquenho
viria dar um show em Cáceres sem uma segura garantia do recebimento do
altíssimo valor pela apresentação -- Pacu começou a trabalhar na divulgação do
evento esportivo-musical, com grande euforia com as animadoras perspectivas de
sucesso de público da promoção.
Final de semana chegando e
quase tudo definido, inclusive para a abertura mais cedo dos portões do Geraldão
para o amistoso confirmado – a apresentação de os Menudos fecharia o monumental
evento – quando a Polícia Militar se deu conta que Pacu havia prometido, mas
não havia pagado a taxa relativa ao policiamento para a segurança do público. E
mais: ele teria que pagar uma taxa extra relativamente ao aumento do número de
policiais no estádio por causa do show.
Depois de rápido
entendimento entre Pacu e a PM, ficou ajustado que o Cacerense depositaria nos
caixas eletrônicos de uma agência bancária da cidade o valor correspondente à
taxa para o Fundo de Segurança, pois sem o policiamento não haveria jogo nem
show. Mas era só o promotor do espetáculo apresentar o comprovante antecipado do
depósito que estava resolvido...
Ainda na sexta-feira, a PM
recebeu o recibo eletrônico do depósito na conta da instituição, feito por um
office-boy. No domingo, o policiamento estava a postos no Geraldão para o jogo
entre Cacerense e Vila Aurora e que terminou empatado pela contagem mínima. Mas
o show que era bom mesmo, neca de pitibiribas. No mesmo dia, entre protestos
sem fim, Pacu prometeu que ia devolver parte do dinheiro que o público havia
investido na compra antecipada de ingressos e não havia comparecido ao jogo. Ao
que consta, porém, o prometido dinheiro do show virou Conceição...
Na segunda-feira, o dinheiro
não caiu na conta da PM. Motivo: dentro do envelope usado para o depósito da
importância combinada e a consequente emissão do recibo que comprovava a operação
bancária, não existia dinheiro coisa nenhuma.
Que fim levou o golpe
aplicado por Pacu na PM ninguém ficou sabendo. Mas de uma coisa a população
cacerense tomou conhecimento e comenta até hoje: Pacu, que tinha uma chácara
Cáceres, passou um tempão sem aparecer na cidade!...
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