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quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Dirigente do Cacerense aproveitou show (que não houve...) de os Menudos para dar um golpe na PM


Com a intenção de arrumar um bom dinheiro para o Cacerense enfrentar o ano de 1980, o dirigente Luiz Mário Cardoso, o popular Pacu, acertou um amistoso com o Vila Aurora, de Rondonópolis, em um domingo, em Cáceres. Na realidade, o amistoso no Geraldão era apenas um pretexto para Pacu colocar em prática um plano arrojado e ambicioso: encher o estádio com uma atração artística para ninguém botar defeito.

À época, realizava uma excursão pelo Brasil o grupo musical de Porto Rico, Menudo. Melhor atração para o público de todas as idades, impossível, sonhou alto Pacu. Definidos alguns detalhes para a programação – só na cabeça de dele passava que o grupo porto-riquenho viria dar um show em Cáceres sem uma segura garantia do recebimento do altíssimo valor pela apresentação -- Pacu começou a trabalhar na divulgação do evento esportivo-musical, com grande euforia com as animadoras perspectivas de sucesso de público da promoção.

Final de semana chegando e quase tudo definido, inclusive para a abertura mais cedo dos portões do Geraldão para o amistoso confirmado – a apresentação de os Menudos fecharia o monumental evento – quando a Polícia Militar se deu conta que Pacu havia prometido, mas não havia pagado a taxa relativa ao policiamento para a segurança do público. E mais: ele teria que pagar uma taxa extra relativamente ao aumento do número de policiais no estádio por causa do show.

Depois de rápido entendimento entre Pacu e a PM, ficou ajustado que o Cacerense depositaria nos caixas eletrônicos de uma agência bancária da cidade o valor correspondente à taxa para o Fundo de Segurança, pois sem o policiamento não haveria jogo nem show. Mas era só o promotor do espetáculo apresentar o comprovante antecipado do depósito que estava resolvido...

Ainda na sexta-feira, a PM recebeu o recibo eletrônico do depósito na conta da instituição, feito por um office-boy. No domingo, o policiamento estava a postos no Geraldão para o jogo entre Cacerense e Vila Aurora e que terminou empatado pela contagem mínima. Mas o show que era bom mesmo, neca de pitibiribas. No mesmo dia, entre protestos sem fim, Pacu prometeu que ia devolver parte do dinheiro que o público havia investido na compra antecipada de ingressos e não havia comparecido ao jogo. Ao que consta, porém, o prometido dinheiro do show virou Conceição...

Na segunda-feira, o dinheiro não caiu na conta da PM. Motivo: dentro do envelope usado para o depósito da importância combinada e a consequente emissão do recibo que comprovava a operação bancária, não existia dinheiro coisa nenhuma.

Que fim levou o golpe aplicado por Pacu na PM ninguém ficou sabendo. Mas de uma coisa a população cacerense tomou conhecimento e comenta até hoje: Pacu, que tinha uma chácara Cáceres, passou um tempão sem aparecer na cidade!...

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